Setor privado brasileiro apresenta desafios de sustentabilidade nacionais na sede da ONU

Setor privado brasileiro apresenta desafios de sustentabilidade nacionais na sede da ONU

A segunda edição do encontro SDGs in Brazil ocorreu na terça-feira (16) na sede da ONU, em Nova Iorque, com o objetivo de discutir os avanços e desafios brasileiros para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Cerca de 25 representantes dos setores público e privado do país participaram dos debates, junto a membros de agências das Nações Unidas. Mais de 170 pessoas, de 25 nacionalidades, se inscreveram para assistir às discussões, que também foram transmitidas ao vivo no Facebook e Youtube da Rede Brasil do Pacto Global.

Entre os destaques da programação, estiveram presentes o enviado para a Cooperação Sul-Sul, Jorge Chediek, o enviado especial da ONU para a cúpula do clima, Luis Alfonso de Alba, o coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, a diretora-executiva do Pacto Global, Lise Kingo, a presidente do Conselho da Rede Brasil do Pacto Global, Sonia Favaretto, além de CEOs de empresas com atuação no Brasil.

Fabiancic representou 26 agências, fundos, programas e entidades da ONU que fazem parte do Sistema ONU no Brasil. Na ocasião, ele afirmou que a Agenda 2030 é um chamado para todos os setores da sociedade trabalharem rumo ao desenvolvimento sustentável. “Não é uma agenda da ONU, mas uma agenda dos Estados-membros das Nações Unidas, governos, empresas e sociedade civil. É uma agenda de todos. Hoje é amplamente entendido que as empresas são parceiras essenciais neste caminho para o desenvolvimento sustentável”, disse.

O coordenador-residente lembrou que, sendo a maior economia da América Latina e Caribe, o Brasil está entre os dez principais receptores de investimento estrangeiro direto no mundo. “Investidores do mundo todo estão cada vez mais apoiando negócios e indústrias com objetivos econômicos, ambientais e sociais responsáveis de longo prazo, tais como os ODS, porque os ODS são as diretrizes de desenvolvimento sustentável reconhecidas em todos os lugares”.

“A Agenda 2030 pede uma maior participação do setor privado como alavanca para a implementação e disseminação de princípios universais, contribuindo para sua capacidade de inovar e desenvolver soluções responsáveis, sustentáveis, inclusivas e economicamente viáveis ​​para a sociedade”, declarou.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil), Sérgio Segovia, e o embaixador do Brasil junto à ONU, Mauro Vieira, foram alguns dos representantes do setor público.

Empresas e ODS

A programação incluiu casos de práticas reconhecidas pelo Prêmio ODS Pacto Global, que aconteceu em maio, em São Paulo, e discussões sobre desafios nacionais, como a adoção da Agenda 2030 por governos estaduais, o acesso à Justiça e a construção de instituições mais fortes.

Na área ambiental, os debates abordaram como os negócios devem lidar com a crise climática; as florestas como geradoras de prosperidade; os desafios de água e saneamento no Brasil e a relação da prática mineradora com os ODS.

“Os principais desafios que temos visto é um entendimento claro do que são os ODS, o que é esta agenda na prática, como ela impacta nas decisões dos investidores e como as empresas podem tornar este tema mais claro e concreto, que permeie toda a companhia”, afirmou Sonia Favaretto, presidente do Conselho da Rede Brasil do Pacto Global, durante o painel “Creating the Financing Framework for the SDGs”.

Crédito cooperativo e a questão dos direitos humanos nos negócios e Cooperação Sul-Sul também foram temas abordados. O músico Carlinhos Brown mediou o último painel sobre o engajamento de jovens para um futuro sustentável. O secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira, fez as considerações finais.

“Temos ainda dez anos pela frente para cumprirmos os ODS. Se conseguimos pisar na Lua em sete anos, não é possível que em dez anos não possamos atingir os ODS. Não podemos deixar ninguém pra trás”, comentou o secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, fazendo uma alusão à comemoração de 50 anos da primeira vez que o homem pisou na Lua.

O SDGs in Brazil é uma iniciativa da Rede Brasil do Pacto Global oferecida por Klabin e com o apoio do Sicred. A primeira edição ocorreu em 2018, durante a 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e teve a apresentação de 19 casos de boas práticas, publicados aqui.

Sobre os ODS

Em 2015, a ONU propôs aos seus países-membros uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, a Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os ODS buscam assegurar os direitos humanos, acabar com a pobreza, lutar contra a desigualdade e a injustiça, alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas, agir contra as mudanças climáticas, bem como enfrentar outros dos maiores desafios de nossos tempos.

 

Fonte: ONU